logo RCN
LETRINHAS DO RDB

Meus campinhos de peladas - Roberto Dias Borba

  • - ROBERTO DIAS BORBA Joinvilense - jornalista. Filho de João Sotero Dias de Borba e Veronica Ida Borba. Casado com Vilma Ramos Borba. Pai de Ubiratan, Paulo César e Rubens. Nasci, me criei e conheci o esporte no bairro Glória - em Joinville. Três minutos, três gols era o lema do Leão do Alto da rua 15 - o Glória de tanta tradição, história e craques da bola. A minha trajetória na imprensa começou oficialmente em agosto de 1975, no extinto Jornal de Joinville. O maior período de atuação, mesmo distribuído em duas oportunidades, foi em A Notícia, por exatos 24 anos e oito meses.

O único campo oficial do bairro em que morava era do Glória. Ao redor, em cada terreno baldio era um atrativo para transformar aquele minúsculo espaço num verdadeiro Maracanã. Haviam também outros campos já com mais "qualidades", mas onde apenas os craques da época podiam e tinham presença garantida. Os interessados, iguais a eu, só podiam passar por perto, nunca colocar os pés naqueles lugares. Eram quase vizinhos. Um de cada lado da rua Max Colin. O campo do Bangu era na esquina com a rua Criciúma (onde está a Metronorte), de onde saiu Mauro - zagueiro que foi para o Caxias entre 1969/1970 e depois para o 25 de Agosto. Na equina da rua Orleans com o "projeto de rua" Timbó estava o campo do Olaria, com Beto Kammholz, Batata, Djalma de Almeida, campeão em 1971 pelo América e 1976 no JEC.

Eram dois times inatingíveis para a minha idade e pela falta de habilidade. Mas tomei coragem para pedir uma chance, uma vaguinha por favor no Santos do talentoso Cláudio Koch, que morava na rua Marquês de Olinda, quase nos fundos da Celesc. O intermediário entre o sonho e a realidade seria o vizinho Cuca (Nelson Luiz Silva), que logo tentou se livrar do enrosco: "Tem uma mensalidade de 20 cruzeiros". Até hoje aguardo pela resposta de uma vaga, mas acho que tudo ficou resolvido naquela conversa. Para o bem do futebol.


A turma dos esquecidos pela habilidade ainda tiveram uma chance. Estava sendo formado por três irmãos que moravam quase nos fundos do campo do Glória. O novo time seria o Palmeiras, que foi fazer a estreia e, ao mesmo tempo, a minha despedida - pelo menos para mim - no confronto com o time do Valdomiro. Iríamos atravessar a Max Colin e ir até a Luiz Delfino (bem na frente da fábrica da Lumière).

Bola daqui, canelada de lá, e a coisa não estava funcionando. Até que Valdomiro, nosso adversário, faz uma faltinha sem graça e que nós achávamos que seria pênalti. Bola na marca e ... chute pra fora. Até que o pessoal do Palmeiras, de tanto reclamar, conseguiu expulsar o Valdomiro. Não é que tudo ficou melhor, mas para o adversário. Voltamos para casa e nunca mais quis saber deste Palmeiras.

Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de "Glória´s do Menino Jornalista", uma coletânea de textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos.


Inscrições para o Prêmio da Biblioteca Nacional Anterior

Inscrições para o Prêmio da Biblioteca Nacional

Próximo

Pai - Sidônio Cassol

Deixe seu comentário